quarta-feira, 8 de junho de 2016

Como engatar (ou, pelo menos, não parecer um atrasado mental)

Estamos no século XXI, a era que, quero crer, foi sonhada para ser de igualdade entre géneros, de diferenças que se esbatem nas semelhanças cerebrais, da genialidade do entendimento entre pessoas.
Mas, alguém falhou, redondamente, essa emenda.
Ora, assim sendo, sinto uma necessidade atroz de explicar, particularmente aos homens, aquilo que fazem que irrita solenemente uma mulher, e que, por certo, vai fazer a caça levantar voo. E, claro está, um pássaro só por muita coincidência voltará a pousar com o mesmo vagar no mesmo galho.

Exkrever portuguex – parecendo que não, é essencial para a comunicação. E para parecer que se terminou o 1º ciclo com sucesso.

Abordagens como “olá linda” – é uma estirpe que não consigo qualificar. A não ser que se trate de um nome próprio, e tenham dificuldade em escrever nomes próprios com maiúscula, não digam isso, assim, à papo-seco. É uma entrada a pés juntos. Com direito a cartão. Já para não dizer que é típico de quem ficou preso em 2005, em plena geração Yorn, quando começámos a ter SMS grátis, e dizíamos coisas parvas, sem pensar.

“Então, que fazes?”, ou a variante “então o que fazes da vida?” – se não conhecem a pessoa em questão, pode não ser propriamente a maneira mais fácil de quebrar o gelo. Haja tacto. E haja expectativa de não obter resposta.

Frases rudes e de teor sexual – pelos motivos óbvios. A não ser que tenham vestida uma gabardina sem nada por baixo.

Fotos de genitais – pelos mesmos motivos óbvios.

“Ah, o teu namorado…” – poupem-nos, e perguntem directamente.

“Vi-te no Facebook, e mandei-te um pedido de amizade, porque te achei gira” – a mim, e a mais 20 miúdas. Sem credibilidade. Já agora, façam o que fizerem, NÃO tentem dar corda a mulheres que possam, por eventualidade, falar entre si. Se há coisa que as mulheres fazem, é falar. Sobre tudo! E por isso, vão arranjar corda, sim, mas para um enforcamento à patrão.

Marcação cerrada – ligo já para a GNR, ou…

Demasiado contacto físico – toques na mão, toques na perna, toques na cara, no cabelo… Parecem só tarados. Não é sexy.

Falar somente sobre si mesmo – Narciso, és tu?

Pessoas que tentam embebedar as “presas” – alguém inteligente, aceita um copo à borla, e vem embora.

Convidar para jantar ou para um café, porque acham que é um passaporte para o “coração” - Não, não é. Ou têm conversa, ou nada feito.


Em suma, o importante é ser normal, não cheirar a Old Spice, e ir de peito à bala. Sem muitos truques, nem manias.

Foto: https://c2.staticflickr.com/2/1136/924177229_47a5d0d3b7_z.jpg?zz=1



Publicado originalmente em: Notícias do Nordeste