terça-feira, 22 de novembro de 2016

All you need is love and love is all you need. It’s easy.

A primeira vez que ouvi Beatles era miúda. A primeira vez que ouvi com consciência do que estava a ouvir, entenda-se. Estava com os meus pais, não me lembro que idade tinha, mas tinha a suficiente para nunca mais me esquecer de me terem dito que eram quatro e que eram de Inglaterra, ainda que nessa altura, provavelmente, nem soubesse onde ficava a Inglaterra nem me importasse muito com isso.
Naturalmente foi a “Love is all you need” a primeira música que decorei como sendo deles. Não entendia patavina de inglês, mas é senso comum que isso não interessa nada quando se trata de música que fala de amor. Sente-se. Mesmo que a letra fale de repolhos a cozer ao lume.

“There’s nothing you can do that can’t be done.
Nothing you can sing that can’t be sung.
Nothing you can say, but you can learn
How to play the game 
It’s easy.”

Se nos tirarem o ar, a comida, os agasalhos do corpo (e desde que tudo isto seja metafórico), o amor consegue alimentar-nos e sobreviveremos. Se nos retirarem tudo num contexto real, podemos sobreviver por amor. Porque o amor não está explicado, e tem propriedades físicas, químicas e quânticas que permanecem um mistério.
Todos precisamos de amor, todo queremos o amor. Todos queremos todos os tipos de amor. Todos procuramos o amor, ainda que muitas vezes nem saibamos que o estamos a procurar. Por isso, todos o que dizem não querer o amor, mentem.
E bastem-se de mentiras!

“Nothing you can make that can't be made.
No one you can save that can't be saved.
Nothing you can do, but you can learn
How to be you in time 
It's easy.”

Os movimentos dos anti-amor, do bando de limões secos, que meteram o resto da Humanidade no saco do “são todos iguais e não há nenhum que eu queira, porque estou muito bem assim” já tiram a paciência a um santo. Estão a espalhar-se como um vírus dos filmes de zombies, e não quero ser contaminada. Os veículos são as redes sociais, onde, pelas minhas contas 100% são pessoas bem resolvidas e 95% odeiam o amor e amar, exceptuando os 10 dias do mês em que conhecem alguém novo e se entusiasmam. Os outros 5% destes últimos 95% correspondem aos casais felizes, que têm momentos bonitos para partilhar.
Caros solteiros por opção (dos outros, muitas vezes, como é o meu caso): deixem-se de mariquices, de dizerem que não procuram alguém que vos trate bem, que vos mime e que vos ame. Não digam que a culpa é do álcool, do signo ou do modo de vida actual. Se há coisa que é intemporal e que sabe sempre bem é um belo romance, uma paixão arrebatadora, um beijo roubado e uma mão na mão.
A vocês, que dão tanta enfâse ao facto de estarem sozinhos, a ponto de ter que o relembrar aos transeuntes uma vez por semana, pelo menos, o que só demonstra que estão mortinhos por encontrar alguém, só tenho a dizer:

“All you need is love, all you need is love,
All you need is love, love. Love is all you need.
Love, love, love, love, love, love, love, love, love.
All you need is love, all you need is love,
All you need is love, love.
Love is all you need.”


Publicado originalmente em: Notícias do Nordeste