terça-feira, 2 de setembro de 2014

Meu querido mês de Agosto

Agosto é um mês estranho.
Infiltra-se quando o ano já passou do meio, e são 31 dias que em tudo diferem.
Afectam tudo que possam imaginar.
Em primeiro lugar, os carros. Agosto faz com que muitos carros tenham problemas mecânicos, e os piscas deixam de funcionar. Em nenhum outro mês do ano encontraremos tamanho fenómeno, em que vamos a conduzir e a jogar na lotaria, para perceber quando é que o car...ro da frente vai virar.
Agosto é perito em tirar a roupa às pessoas, mas também afasta algumas loucuras.
Aqui está o facto que o fez bater com o queixo no chão. É verdade. Estou em crer que em Agosto há menos sexo. Ora reparem, há um estudo que diz que a maioria dos portugueses nasceu em Setembro. Já Maio (façam lá as contas) é dos meses em que menos mamãs foram parar à maternidade. É isto.
Em Agosto há filas em todo o lado, a toda a hora – para ir à casa de banho, para comprar pão, nos multibancos (quando há dinheiro nas caixas ATM, ainda) … E por aí adiante.
O malandro do Agosto também tira a vergonha às pessoas. Na praia ou na piscina não há pudor em ficar, literalmente, com os pés na toalha da pessoa do lado. E ainda se reclama, se o dono da toalha não achar piada por ter a mesma ocupada por unhas amarelecidas.
Em Agosto surgem novos idiomas. Há o clássico “je quero quatre natás, e après duas broas”. E resulta. Para isso basta que de Francês saiba as músicas da Édith Piaf.
Resulta noutras línguas, e passo a transcrever um diálogo telefónico que ouvi, sem querer (e pouco podia fazer sobre isso, o senhor estava a gritar): “No estó en Portugal. Mira, me dá de comer aos canários “, e depois a conversa descambou, não em portunhol, mas em português, e não me é permitido escrever aqui com detalhe.
Este fenómeno não está confirmado, mas em Agosto há mais carros de luxo na rua. Coincidência, ou talvez não, nem há uma semana cruzei-me com um Maserati. Há outros carros na rua, mais coloridos e com música muito alta. Este fenómeno, sim, está confirmado.
Em Agosto toda a gente almoça, janta ou petisca fora mais vezes. Porque em Agosto o tempo é escasso para tudo. Parece que os dias encolhem, e que as noites multiplicam-se em festas.
Em Agosto a cerveja sabe melhor. É um par perfeito.
Em Agosto nunca há nada nos supermercados – metade das prateleiras estão sempre desfalcadas.
Em Agosto ninguém tolera dias sem sol e sem uma torreira infernal.
Em Agosto há gente em todo o lado (já disse isto, não já?)
Em Agosto há malta de férias, há pessoas em todo o lado (enfatizar bem), como se tivesse havido um mega-êxodo de algum lado para todo o lado.
Viva àquele que é o querido mês de Dino Meira!


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