terça-feira, 2 de setembro de 2014

Morram as relações, morram! Pim!

As relações são irritantes. Todas as que envolvam um cariz amoroso, ou por aí, o são.
Ele é nomes fofos, é perguntas parvas, crises de ciúmes descompensadas… Uma panóplia de coisas que, a bem dizer, não fazem sentido.
Admiro as pessoas que formalizam o amor, dentro e fora das redes sociais. Que não dão um passo sem a outra. Que ficam iguais, quais gotas d’água de uma torneira mal vedada – falam da mesma forma, gostam das mesmas coisas, das mesmas cores, dos mesmos sabores de gelado, dos mesmos restaurantes, dos mesmos filmes.
Basta pum basta!
Temos que decidir se queremos alguém para ter uma relação ou um clone. Ou, melhor ainda, um ser híbrido, que faça tudo para nos ver feliz como uma criança no Natal.
As relações são como aqueles vales de desconto dos hipermercados – é para ir acumulando. Isto porque, dizem, o melhor é construí-la.
E se me apetecer e não for artigo de folheto? Tenho eu que esperar? Ou seja, novamente citando os entendidos, há que ser paciente, acarinhar, cuidar, estar presente.
Isto não é como ir a um hipermercado? Vamos passando, amiúde, a fazer de conta que só vamos comprar cigarros ou uma revista. Em boa verdade estamos de olho no tal artigo, que sabemos ir entrar em desconto na próxima semana.
E depois vem a correria, a azáfama de chegar a horas, de escolher o produto menos amachucado (é que todos queremos o melhor).
Isto é, ou não, tal e qual como fazer a corte a alguém? Vamos aparecendo, estando presentes sem pressionar, para na hora H, TINGAS!
Plantamos o amor num vaso (que compramos nos tais descontos) e vamos mimando até ficar grande. A fase seguinte é a das ervas daninhas que referi no início.
Tem que ser assim? Devo eu deixar de acreditar no amor sem interesse, sem querer um alguém como eu?
Eu não quero um “eu” masculino (até porque tenho barba que chegue). Quero alguém que não seja “eu” e que goste do meu “eu” sem o querer mudar.
Confuso?
Não quero alguém que fale como eu, que pense como eu, que goste dos mesmos gelados do que eu e que seja do Benfica.
Feliz de quem não precisa de todas as mariquices do amor para ser feliz. E para gostar de alguém.
O amor é forte e espadaúdo e único. Assim como cada pessoa.
Não façam clones – façam amor.
Pim!



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